Lisboa.-
A dívida pública portuguesa continua a merecer as maiores atenções por parte dos diversos agentes económicos, ao ponto de terem sugerido aos investidores que troquem dívida espanhola por dívida portuguesa.

Após as eleições em Portugal, de 6 de outubro, os juros da República Portuguesa baixaram em comparação com a taxa de Espanha. Segundo a agência Bloomberg há mesmo bancos internacionais, como são os casos do Barclays e do Citi, a sugerirem aos seus clientes forte investimento na dívida portuguesa.
As agências de notação financeira também estão atentas e manifestam confiança na consolidação orçamental em curso. Todas sem exceção fizeram uma leitura tranquila das recentes eleições legislativas em Portugal.
Pelo contrário, em Espanha há grandes receios que volte a não se conseguir a viabilização de novo Governo nas eleições de 10 de novembro. Os juros da dívida espanhola já refletem isso mesmo, com a yeld a 10 anos na casa dos 1,31%, ao passo que em Portugal se situa nos 1,28%, com tendência para baixar.
Pelo contrário, em Espanha há grandes receios que volte a não se conseguir a viabilização de novo Governo nas eleições de 10 de novembro.
REALIDADE IMPENSÁVEL
Esta realidade era impensável há poucos anos atrás, quando Portugal, intervencionado pela Troika, pagava juros acima dos 10% e a Espanha beneficiava da confiança dos investidores internacionais. Mas quando a classe política olha mais para os interesses do partido do que do País, os resultados são estes.
As recentes eleições em Portugal foram vistas como pacíficas, refletindo tudo o que já se esperava. A primeira preocupação será manter a estabilidade política para que a confiança dos mercados se mantenha em níveis elevados. E curiosamente essa preocupação é visível em todo o espectro partidário, desde a esquerda até à direita.
Quando a classe política (espanhola) olha mais para os interesses do partido do que do País, os resultados são estes.
Mais curioso ainda foi o resultado de uma sondagem recente, efetuada junto do eleitorado de direita, em que se perguntava qual o político mais apreciado e capaz de defender os seus interesses. O resultado foi surpreendente, uma vez que o político que recebeu os maiores apoios e elogios foi o atual ministro das Finanças do governo socialista e presidente do Euro Grupo, Mário Centeno.
(Jorge Passarinho é jornalista).
SOBRE O AUTOR
Jorge Passarinho, uno de los mejores periodistas portugueses, nuevo colaborador de PROPRONews
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